Deu tudo certo Composto de trinta e três narrativas, cujo possível fio condutor é o tempo: “o passado e sua busca e sua caça no presente pelas lembranças e pela memória, tal como sentidos e refletidos nos personagens de cada narrativa.” Todas as narrativas do livro são ficcionais e, em sua maioria, breves. Elas se passam em Lisboa, Paris, Genebra, Rio de Janeiro, Londres e também em cidades fictícias. Algumas chegam a ter como cenário o interior dos personagens, e, exceto quando é fundamental, não há uma preocupação em descrever com detalhes esses cenários nem mesmo os personagens em si. Nenhum cenário importa para o conteúdo das narrativas, pois o que é essencial está nas próprias histórias. O uso marcante de gerúndios nessas narrativas, têm o propósito de mostrar que a ação, quando existe, quase sempre não terminou. Onde e quando ela começa, continua ou termina são uma incógnita. Apelar para o gerúndio é “tentar obter a conotação de continuidade, de que o contar não se acaba quando termina a leitura do narrado e de que quando isso acontece ainda se esteja galopando no contado”. No livro Deu Tudo Certo, os personagens, na maior parte, são femininos, e pode-se dizer que o que as histórias têm em comum é que esses personagens, muitas vezes, estão ajustando contas consigo mesmo ou com seu passado. A título de curiosidade, também são feitas algumas referências a filmes antigos. Enfim, “os narrados, os contos, os não contos falam, sim, de amor, de medo, de família e do indivíduo mesmo. Falam de vida. Falam de morte”. (você pode comprar seu exemplar na Livraria Francisco Alves Editora pelo telefone)
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